As forças adversárias que defendem a integração contra a desintegração estão atacando a Europa. Nos últimos dois anos, ambos os lados obtiveram importantes vitórias. O Brexit britânico, o referendo de independência catalã na Espanha e a entrada do partido nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD, Alternative fur Deutschland) no Parlamento Alemão (Bundestag) foram vitórias para os defensores da menor unidade europeia. A derrota eleitoral das forças de extrema-direita nos Países Baixos e a vitória de Emmanuel Macron na França foram celebradas por aqueles que defendem o princípio orientador de uma "união cada vez mais estreita".
Não importa o que se pense sobre o Brexit, as perspectivas de aprofundamento da integração europeia e a legitimidade dos vários movimentos de independência nacional, a visão dos mercados de moeda é inequívoca: eles favorecem fortemente a integração política mais profunda:
Em cada caso, uma vitória das forças da integração levou alta para as moedas europeias, enquanto uma vitória para as forças que defendem menos unidade, seja dentro ou entre nações, torna as moedas mais fracas.
Além das preocupações políticas existentes, é claro, há muitos outros fatores que determinam a direção das taxas de câmbio do euro-dólar (EURUSD) e da libra-dólar (GBPUSD), incluindo a força econômica relativa da zona do euro, Reino Unido e dos EUA e a direção relativa da política monetária. As recuperações em solidificação na zona euro e no Reino Unido, combinadas com a aparente incapacidade do Congresso dos EUA em passar esperadas reformas econômicas, impulsionaram as moedas europeias e pesaram sobre o dólar em boa parte de 2017.
O que é notável, tendo em conta as preocupações políticas e a divergência político-monetária no trans-Atlântico, é a falta de preocupação por parte dos operadores de opções. Até agora, nesta década, a volatilidade implícita nas opções de 90 dias sobre futuros de EURUSD tem sido entre 5% e 18%. Recentemente, ela tem ocorrido em torno de 7%, perto da extremidade inferior do intervalo. Da mesma forma, desde 1 de janeiro de 2011, a volatilidade implícita nas opções de GBPUSD de 90 dias tem variado entre 5% e 19% e, recentemente, vem pairando em torno de 8% (Figura 1).
Dada a natureza instável das políticas dos EUA, Reino Unido e Europa Continental, parece-nos que os mercados de opções estão excepcionalmente otimistas. Claro, os mercados de opções de EURUSD e GBPUSD estão quase sozinhos na atribuição de preços baixos para a proteção com opções de venda e compra. Outros pares de moeda como o dólar australiano-dólar dos EUA (AUDUSD), dólar canadense-dólar dos EUA (CADUSD) e o iene japonês-dólar (JPYUSD) também estão perto das mínimas históricas. Além disso, as opções sobre futuros de índice de ações, títulos do governo e metais preciosos também estão com preços perto das mínimas históricas.
O denominador comum que pode explicar o baixo nível de volatilidade implícita nas opções de quatro classes de ativos é a enorme expansão monetária empreendida pelo Federal Reserve (Fed), Banco Central Europeu (BCE), Banco de Japão e de outros bancos centrais. A política monetária de afrouxamento gerou enormes quantias de dinheiro e pode estar favorecendo excepcionalmente compradores e vendedores de várias moedas, títulos, ações e metais a transacionar uns com os outros sem movimentos significativos de preços.
O maior risco nesta situação é o banco central adotar uma política de aperto monetário. O Fed já elevou as taxas quatro vezes em seu atual ciclo e, neste mês, começará a reduzir o tamanho de seu grande balanço. Além disso, colocou os mercados em aviso para um esperado aumento da taxa em dezembro e mais no próximo ano. As expectativas do Fed, em particular, permanecem um condutor fundamental da taxa de câmbio do EURUSD (Figura 2).
Entretanto, o Banco da Inglaterra está considerando o aumento das taxas pela primeira vez desde 2006, enquanto o BCE contempla reduzir ainda mais o ritmo das suas compras de ativos. Nenhum desses fatores, necessariamente, irá criar uma explosão de volatilidade no curto prazo. Dito isto, questões que os mercados têm desprezado, como o progresso (ou falta dele) nas negociações do Brexit, o movimento de independência da Catalunha, tentativa de Merkel de construir uma coalizão, a situação na península coreana e a situação no Congresso dos Estados Unidos têm o potencial para gerar reações de mercado cada vez mais fortes.
No passado, a volatilidade do mercado de ações manteve os movimentos nas taxas do Fed em 12-24 meses. Dada a tendência de volatilidade que ocorre após uma política de aperto monetário no período de 1 a 2 anos, não será surpresa que moedas e outros mercados mostrem pouca resposta aos recentes desenvolvimentos até agora na Europa e em outros lugares. Afinal, o Fed só vem apertando pra valer nos últimos nove meses. Presumivelmente, os impactos mais fortes de drenagem de liquidez do sistema não vão ser sentidos até 2018, na melhor das hipóteses. Mesmo no curto prazo, no entanto, ainda existem motivos de preocupação pelos mercados de opções sobre moeda Europeia estarem demasiado complacentes:
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